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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Game é coisa de gente grande.



Saiba como os jogos digitais podem ajudar na hora de transmitir aos estudantes universitários conceitos mais complexos e situações com as quais eles só teriam de lidar mais tarde, durante a vida profissional.
por Giovana Feix

O uso de jogos ou de suas dinâmicas em atividades do dia-a-dia tem se mostrado eficiente em diversas áreas. O processo, chamado de “gamificação”, já pode ser observado em campos como o da saúde, do esporte e da educação, em aplicativos como “The Magi and The Sleeping Star”, que ajuda adolescentes e adultos com diabetes a controlar o nível se açúcar no sangue, ou o brasileiro Qranio, um quiz estimulante de perguntas e respostas.

Os jogos digitais vêm se mostrando, também, extremamente úteis para as empresas. No livro “Gamification, Inc.”, disponível para dowload gratuito aqui, Ysmar Vianna fala sobre a capacidade dos games de proporcionar, além do puro entretenimento, resultados práticos e rápidos em seus usuários. É justamente por isso que, apesar de parecerem distantes da realidade de grande parte dos cursos de graduação, os games também podem ser pensados como ferramentas de apoio para o Ensino Superior. O processo de “gamificação”, inclusive, foi indicado como uma das principais tendências para os próximos 5 anos nessa área do ensino, segundo o Horizon Report de 2013.

Pensando nisso, selecionamos 5 áreas em que uso de games tem se mostrado eficaz:

Medicina

Simular o dia-a-dia de um hospital e os dilemas da profissão em um game. O uso dos jogos na medicina traz vantagens defendidas por médicos como Bryan Bergeron, professor e pesquisador em Harvard: “Usando jogos, o aprendizado é diferente. Você fica totalmente acordado, e a informação consegue chegar ao seu córtex cerebral”.

Jogos para estudantes de medicina já são usados dessa maneira em instituições como a própria Universidade de Harvard, estimulados pelo professor Bergeron. Em outras instituições, como na do estado do Minnesota, os jogos são usados não só para aprender, mas também para pesquisar: alunos de medicina estudaram como o processo de aprendizado é influenciado pela dinâmica dos games. Os games também são usados nas faculdades de medicina da Florida State University, da Duke University, da Queen’s University da University of British Columbia.

Negócios

Simuladores digitais de empresas são bastante comuns e, assim como os usados na área médica, ajudam os graduandos a assimilar mais facilmente informações e habilidades necessárias à profissão. Um bom exemplo na área é o jogo GLO-BUS, criado em 2008 e usado em classe por mais de 50 faculdades de negócios norte-americanos. O game simula um ambiente comercial em que grupos de alunos formam empresas que competem entre si, e tem se mostrado bastante eficaz no desenvolvimento de jovens empreendedores. Existem também outros simuladores semelhantes, como o Lemonade Tycoon e, aqui no Brasil, os jogos resultantes do 1º Concurso de Desenvolvimento de Jogos do Sebrae

Matemática - Estatística

Rui Otoniel Rodrigues Pimenta, professor universitário de Belo Horizonte, teve a ideia de criar um jogo a partir da dificuldade apresentada por seus alunos em entender os conteúdos de estatística. Ao contextualizar o conteúdo em uma narrativa de aventura, ele conseguiu trazer a atenção de todos, facilitando a assimilação dessa área da Matemática. O jogo está disponível para iOS e Android

Línguas

O jogo Operation Lapis foi criado pelo professor Kevin Ballestrini a partir da dificuldade que percebeu em seus alunos em aprender uma língua morta – o Latim. No game, é preciso se juntar a uma sociedade secreta romana (e, consequentemente, falar em latim) para conseguir salvar a civilização. Com esse mesmo intuito, existem jogos como o Duolingo. Apesar de não contextualizar o ensino da língua em uma narrativa tão diferente quanto o Operation Lapis, esse aplicativo explora dois aspectos essenciais à dinâmica dos games para ensinar melhor: a competição e a recompensa.

Política

Para ensinar aos alunos conceitos essenciais à política, simuladores também são uma boa ideia. O Third World Farmer, desenvolvido em Copenhague em 2005, mostra ao jogador as dificuldades encontradas em administrar uma fazenda em um país subdesenvolvido, explorando não só aspectos geopolíticos, como também aspectos da administração e da economia. Já o jogo Democracy 2 simula a vida de um presidente ou primeiro ministro, proporcionando ao usuário a vivência desses cargos. O World Without Oil é outra opção interessante, já que simula a crise que instauraria no mundo caso faltasse petróleo por apenas 32 semanas. Com ele, conceitos econômicos e políticos são assimilados, além da noção do quão dependente do petróleo é nossa sociedade.


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