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sábado, 3 de janeiro de 2015

Crowdlearning quebra barreiras da educação tradicional.



por Aline Aurili

Na mesa de um café na zona oeste de São Paulo, oito pessoas se encontram para conversar. Até aí, nada de novo. O que deixa este encontro especial, além do fato de os integrantes não se conhecerem muito bem, é a maneira como ele foi concebido e seu objetivo: promover trocas entre indivíduos curiosos por um mesmo tema. No caso da reunião no café, idealizada por meio da plataforma Cinese.me, o que levou as pessoas até ali foi a vontade de conversar e refletir sobre consumo colaborativo, compartilhando o que sabem sobre o assunto.

Esta nova maneira de trocar conhecimento é conhecida como crowdlearning, conceito que ganhou força no Brasil no ano passado e vem se disseminando por aqui desde então. Seguindo um lema em comum – o de que é possível aprender qualquer coisa, com qualquer pessoa, em qualquer lugar -, várias plataformas como o Cinese.me se espalharam pelo país.

Fundado pelas irmãs empreendedoras Camila e Anna Claudia Haddad, o site é uma tentativa das duas de investir em um projeto educacional que pudesse estimular grupos de diferentes perfis. “A gente sempre achou que a educação deve formar indivíduos mais questionadores, que sejam protagonistas daquilo que eles querem aprender”, conta Camila, que enxerga no crowdlearning uma maneira de quebrar as barreiras da educação tradicional. “O Cinese aparece para as pessoas que sonham com um diferente modelo educacional”, explica.

A popularização das redes sociais foi decisiva para que as plataformas de modelo “crowd” -que se baseiam na força do coletivo para solucionar problemas e criar alternativas- pudessem crescer, tomar forma e ganhar adeptos. Crowdfunding (financiamento coletivo de projetos), crowdsourcing (criação colaborativa em rede) e, agora, o crowdlearning são vistos como caminhos para desburocratizar processos que podem ir desde a compra de um ingresso para um show até a produção de um software livre.  “A sociedade em rede desconstroi todo um sistema de poder existente”, aponta Anna Claudia. Um encontro para falar sobre consumo colaborativo, como o do Cinese.me, acaba levando a outros temas de interesse do grupo. Surgem então dicas de filmes, livros, sites e aplicativos que servem de apoio para que cada um aprenda mais sobre o tema por meio de experiências informais.

A ideia de reunir gente com diferentes experiências e perspectivas para refletir pode se aplicar a uma simples caminhada no Bixiga para saber mais sobre a história do bairro italiano de São Paulo, quanto a um workshop para profissionais interessados em solucionar uma questão específica. Os encontros podem ser pagos ou não, dependendo da atividade proposta e do quanto os participantes estão dispostos a investir em determinado aprendizado. No caso do Mesa e Cadeira, os participantes pagam para literalmente sentar-se à mesa com um expoente de uma determinada área e desenvolver com ele um projeto, em tempo limitado

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