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sábado, 3 de janeiro de 2015

Sala de aula invertida: como fazer vídeos eficazes, com poucos recursos.



 

A técnica pedagógica do "Flipped Classroom", ou "sala de aula invertida", numa tradução livre, está sendo adotada gradualmente nos Estados Unidos.
Não é uma norma que as escolas a estejam adotando obrigatoriamente. Os professores estão aderindo, na medida em que encontram ali uma maneira de atender melhor seus alunos. As escolas estão apoiando, na medida em que seus dirigentes ficam convencidos de que a técnica pode auxiliar na melhora da qualidade do ensino. É um processo gradual.
A seguir veremos dois vídeos (sem tradução nem legendas em Português- recomendo usar o tradutor automático de legendas do Youtube). A professora Katie Gimbar demonstra a técnica do "Flipped Classroom" no primeiro vídeo.
Ela mostra que fazendo um trabalho padronizado de explanação em aula, atende apenas o grupo de alunos com aproveitamento mediano. Os alunos mais adiantados ficam desmotivados, pois já dominam o assunto mas, não podem avançar. Os alunos com problemas de compreensão da matéria, por outro lado, não podem ser atendidos em suas dúvidas específicas e tendem a ficar cada vez mais para trás, pois estas impedem a compreensão de novos conceitos e conteúdos.
A professora declara que ficava frustrada pois percebia que não conseguia atender a estes dois grupos, pois 90por cento de seu tempo era dedicado à fazer explanações orais para todos, indiscriminadamente. Uma técnica bem massificada, de inspiração industrial. O mesmo conteúdo, o mesmo ritmo, os mesmo exercícios, para alunos com ritmos diferentes de aprendizado.
Ao passar a utilizar a "sala de aula invertida", Katie grava a apresentação dos conteúdos previamente e disponibiliza os vídeos para os alunos na internet. Estes os assistem antes da aula. Com vantagens, pois podem parar, retroceder e assistir novamente qualquer parte da explicações gravada no vídeo, quantas vezes desejarem. Podem assistir aos vídeos aonde e quando desejarem, desde que seja antes da aula.
Na aula enfim, a professora organizou os alunos em grupos, de acordo com o aproveitamento dos conteúdos, ritmo de aprendizado e a qualidade da integração entre eles. O trabalho é em grupo.
Desta forma, ela pode trabalhar as necessidades específicas dos grupos menores, de acordo com seus ritmos específicos de aprendizagem. As alunos não ficam parados em sala ouvindo a professora, mas passam a trabalhar nos exercícios, interagindo com os colegas e a mestra.
A consequência disto, segundo Gimbar, é que o aproveitamento melhorou e ela está mais satisfeita, pois percebe que pode atender melhor os alunos em suas especificidades.
Ela mesma dá a dica de fazer vídeos com uma câmera fixa e com o conteúdo previamente preparado em folhas de cartolina e canetas coloridas. É tudo gravado quase num take só, praticamente sem cortes. Consequentemente não é necessário edição demorada. Apenas um mínimo de acabamento, inserção de créditos e legendas.
Uma mudança significativa, operada com recursos simples, disponíveis para uma grande quantidade de escolas e professores em nossos dias. Mais importante é que a técnica pedagógica está sendo corretamente aplicada, com baixo custo, aumento do aproveitamento escolar e gerando satisfação nos alunos e na professora.

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