Pages

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Projeto de rádio dá formação cultural e técnica para alunos de Curitiba.



Para o educador René Scholz, coordenador do projeto Rádio Atividade, as rádios escolares são uma forma de tornar os jovens responsáveis pelas próprias ações comunicativas.
por Aline Aurili
 

Projetos educomunicativos, que inserem a democratização da comunicação na educação dos jovens, têm crescido no Brasil, principalmente após a criação do curso de Educomunicação na Universidade de São Paulo (USP), que solidificou o conceito no país. E é sob esta perspectiva que o projeto Rádio Atividade na Escola, de Curitiba, trabalha com formação de jovens de baixa renda.

“A rádio dá a possibilidade do aluno se descobrir, desenvolver a personalidade e as habilidades de comunicação, além de conectar-se e criar uma rede com outros adolescentes”, conta René Scholz, professor de Artes e coordenador do projeto, que nasceu em 2008. Hoje, o educador coordena a Rádio Educativa São Francisco (no Centro de Socioeducação São Francisco) e a Rádio CEPEV (no Colégio Estadual Professor Elísio Viana), que atingem cerca de 400 jovens, além de promover oficinas de capacitação de professores para disseminar projetos de rádio em outras escolas da região, que podem receber os equipamentos do governo por meio de recursos do Mais Educação.

O trabalho com os jovens começa com noções básicas de informática e vai até conceitos mais elaborados dos softwares utilizados para a gravação dos programas, que são totalmente dedicados às atividades e aos interesses dos alunos. “Às vezes precisamos ensinar a um aluno até como ligar o notebook. Mas é ótimo ver que estudantes que já têm um conhecimento mais avançado ajudam os outros”, comemora René.

Apesar do principal assunto da rádio ser a música, os programas também contam com humorísticos, radionovelas e especiais de datas comemorativas, como o Dia da Consciência Negra e o Dia do Professor. “Se um aluno escreve poesias e quer mostrar isso, nós fazemos um programa poético, por exemplo. A participação deles é enorme, estão juntos em tudo. Cada vez mais percebo que sou um catalisador e que a força do projeto vem dos estudantes”, afirma René.

Os programas gravados viram CDs que auxiliam na divulgação e no envolvimento das famílias no projeto. Um caso de sucesso, por exemplo, foi a criação de um programa especial para a rádio do Vaticano, que René entregou em sua passagem por Roma - uma de suas paradas antes de chegar à Tunísia para o Fórum Social Mundial, onde apresentou o projeto Rádio Atividade graças a um concurso realizado pela Revista Fórum em parceria com a Fundação Banco do Brasil.

O coordenador destaca a importância das tecnologias móveis para seu projeto, já que consegue gravar um programa com apenas um notebook, por exemplo, e enfatiza a importância da iniciativa para a formação crítica dos jovens. “A comunicação pode ser uma arma nas mãos dos alunos e sinto que nosso papel é apresentar como eles podem usar este poder para o bem”, diz.

O educador pede para que todos os professores que tiverem projetos semelhantes de rádios escolares entrem em contato e dividam experiências.


0 comentários:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário.