No Rio de Janeiro, um
professor de educação física está usando tecnologia para ensinar educação
física para estudantes de ensino fundamental. O que parece ser um contrassenso
é, na verdade, a solução utilizada para romper o tradicionalismo que ainda rege
o ensino da disciplina. Essa é a proposta de Marcelo Souza, criador
do Educação Física na web 3.0, projeto focado na pesquisa, no ensino e na
produção de conhecimento pelos próprios alunos.
A iniciativa vem sendo
realizada desde o ano passado com estudantes do 8º e 9º anos da Fundação
Bradesco. O trabalho com os mais de 300 de alunos já rendeu a Souza o segundo
lugar na categoria escolas particulares do Prêmio Microsoft Educadores
Inovadores 2012, realizado no mês passado. “A disciplina de educação física
ainda é tradicional e mantém hábitos muito conservadores. A minha provocação
foi justamente questionar a escola do século passado. Para isso, decidi adotar
o aprendizado baseado em projetos, utilizando a web 3.0”, afirma.
O projeto é pautado em dois
aspectos básicos. O primeiro deles é fazer com que os alunos se tornem
produtores de conhecimento. As aulas, que poderiam ser meramente recreativas,
dão lugar a oficinas de criação digital. Em vez da quadra de esportes entram os
laboratórios de informática onde os jovens precisam utilizar os recursos
tecnológicos para pesquisar, produzir e sistematizar conteúdos sobre IMC
(Índice de Massa Corporal), exercícios aeróbicos, resistência muscular, anabolizantes,
suplementos, musculação para o adolescente e até mesmo anorexia. Os materiais
produzidos pelos alunos vão para o blog Saúde na Escola,
para as redes
sociais e Youtube como forma de levar a mais pessoas a discussão
sobre saúde, qualidade de vida e exercício físico.
Segundo Souza, a produção
digital faz com que os alunos trabalhem de modo colaborativo e passem a ser
contadores de histórias e consigam, principalmente, disseminar para mais
pessoas esse aprendizado. “Na realidade da web 3.0, o aluno produz, organiza e
customiza suas informações para melhorar seu aprendizado. Ele busca em
diferentes fontes, analisa, contesta e seleciona informações, para construir e
produzir conhecimentos. E partem, sobretudo, de situações cotidianas e reais, o
que acaba estimulando também a curiosidade e criatividade deles”, afirma.
Outro ponto do projeto é
despertar nos alunos o espírito de autonomia. A ideia é torná-los capazes de
gerenciar as atividades corporais fora da escola. Para isso, fazem um estudo de
meio, ou seja, mapeiam em seus bairros os espaços adequados para a prática das
atividades físicas como é o caso das academias de saúde. “Depois de torná-lo
produtor de conhecimento, a partir do momento que ele conhece seu bairro e
identifica quais onde estão e quais são os lugares propícios para a prática de
atividades físicas, ele acaba se tornando mais fisicamente ativo e,
principalmente, expande essa prática para a família, amigos e comunidade”, diz.
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