Quando o assunto são redes
sociais dentro da escola, muita gente torce o nariz e garante que os
professores são pouco hábeis nelas, não sabem usá-las e ainda são os principais
dificultadores para inseri-las nos aprendizado em sala de aula e em casa. Na
contramão deste cenário, há quem defenda essas ferramentas não como inimigas,
mas como aliadas dos educadores. É o caso de Américo Amorim, cofundador do
Daccord, empresa especializada em plataformas de ensino, que falou sobre o uso
das redes sociais educacionais durante Série de Diálogos o Futuro se Aprende sobre Tecnologias na
Educação, promovida pelo Instituto Inspirare, Porvir e pela Fundação
Telefônica.
Amorim defende que o uso de
redes sociais educacionais permite que o professor amplifique – e muito – suas
possibilidades de ações pedagógicas. Afinal, em apenas um lugar, ele pode
compartilhar documentos, fotos, mapas ou trocar mensagens com alunos e outros
profissionais. Pode ainda criar comunidades para discussões temáticas, aplicar
de testes e provas, propor quizzes e publicar agenda de atividades. Ainda de
acordo com Amorim, o uso dessas ferramentas ajuda a manter os aluno em um
ambiente propício, sem nada que não seja extraclasse ou extra-aprendizagem. “O
poder de controle do professor é uma das grandes vantagens do uso das redes
sociais na educação ao permitir que alunos se reúnam em um ambiente seguro,
além de garantir a intercâmbio de experiências e de práticas pedagógicas entre
os professores”, avalia.
Um dos exemplos de redes
sociais existentes e mencionados por Amorim é a Edmodo, que neste ano chegou a 12 milhões de usuários. A
plataforma, repleta dessas funcionalidades, permite que os professores
acompanhem a frequência e o desempenho dos alunos. Outra rede social com os
mesmos semelhantes é a americana Teamie,
disponível em inglês. Há também a brasileira Tria,
com foco no ensino médio, que tem 10 mil usuários por mês trocam informações e
conteúdos.
A Turma do
Som é mais um exemplo de rede social, mas esta foi criada pelo próprio
Amorim. A plataforma, que possui 25 jogos, foi desenvolvida para ajudar a
incentivar estudantes a aprenderem música em sala de aula. A ferramenta está
sendo usada em cinco escolas em Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais. Nela, os
professores ajudam os alunos no aprendizado dos fundamentos da teoria musical a
partir de aulas separadas por quatro blocos temáticos: som (timbre), altura,
tempo e estrutura. Os conteúdos são trabalhados por vídeos animados, com
personagens no estilo dos desenhos japoneses e depois em jogos.
Amorim explica que decidiu
criar a plataforma devido à lei instituída em 2008 que determina 2012 como o
ano-limite para que todas as escolas públicas e privadas do país adaptem seus
currículos para oferecer conteúdos de educação musical no ensino básico. Com
ela, além de dar suporte ao ensino e ajudar nesse momento de transição, o
software também ajuda os professores a se capacitarem.
O desafio do
uso
Segundo levantamento feito
no ano passado pela
Cetic.Br e citado por Amorim no evento, 95% dos professores usam a internet
para pesquisas e 91% para enviar e-mails. Já 70% deles não apresentam
dificuldade para acessar redes sociais. Apesar do uso da web a caminho da
universalização, ressalta Amorim, o desafio é fazer com que os professores
realmente se apropriem dessas ferramentas. Um exemplo claro disso é que 95% dos
educadores disseram não usar tecnologias para avaliar tarefas de casa. Para
Amorim, as redes sociais deveriam ser aliadas do professor para otimizar os
processos educativos fora da escola – como nos trabalhos de casa, por exemplo.
Ainda de acordo com o
estudo da Cetic.Br, 86% dos professores não usam recursos tecnológicos no apoio
individual, o que impede um ensino personalizado dos alunos “que estão fora da
curva”. Enquanto isso, 73% disseram não usar jogos educativos ou para trabalhos
em grupo.
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