Os emoticons, um dos principais símbolos da cultura da
internet, estão completando três décadas nesta quarta-feira.
O marco é importante,
já que o uso de uma combinação de caracteres do teclado para expressar emoções
na escrita tem um papel chave na humanização da comunicação online. É exemplo
da capacidade humana de subjugar a tecnologia.
Os emoticons,
portanto, devem ser entendidos como uma manifestação cultural. Eles surgiram
por causa de uma limitação da comunicação escrita, que é a falta de expressão
facial e gestos que ajudam a determinar o tom de uma conversação. O termo vem
do inglês, de uma combinação das palavras emotion + icon (emoção + ícone). Tem
emoticons que são bem populares, fáceis de saber do que se trata, como o :-)
para um rostinho feliz, mas outros requerem um pouco mais de esforço. Por
exemplo, :-)= significa um vampiro.
Há quem considere
emoticons como besteira, como algo que está denegrindo a "boa
comunicação", mas o que eles fazem é exatamente o contrário: eles
enriquecem a comunicação.
A "linguagem da internet" é uma tema que me
fascina. Para quem também se interessa, recomendo o livro "Language and
the Internet" (sem edição para o português), do linguista David Crystal,
que é considerado uma referência nesse assunto. Ele analisa o que ele chama de
"netspeak" e defende exatamente isso, que o internetês (outro exemplo
é o uso de caixa alta para simbolizar que a pessoa está gritando) não exerce
uma influência negativa no futuro da linguagem. É de lá essa frase: "O que
é verdadeiramente extraordinário é que tantas pessoas aprendem tão rapidamente
a adaptar a sua linguagem de acordo com as demandas de novas situações e
explorar o potencial do novo meio tão criativamente para criar novas formas de
expressão" (tradução livre).
Ou seja, é uma
questão de distinguir quando optar por um emoticon ou por uma escrita formal.
Algo que só requer bom senso: trabalho acadêmico ou currículo não é lugar de
emoticons.
Para quem tem
dificuldade em navegar pelo mundo dos emoticons, há até dicionários para isso.
O www.dicweb.com/emoticon.htm é um deles.
(FONTE: Blog da Vanessa Nunes Não é novidade que a
tecnologia deixa as pessoas estressadas, com as novas demandas que traz (a
sobrecarga de e-mails, por exemplo). Mas há uma nova faceta do estresse
tecnológico despontando aí: as pessoas estão cada vez mais incomodadas mesmo é
com o jeito que os seus amigos lidam com o mundo digital.
Um estudo divulgado
pela Intel confirma esse sentimento evidente a cada espiadela no Facebook ou
Twitter: as pessoas compartilham online mais do que deveriam. Há um termo do
inglês para isso: oversharing. Essa opinião de que há um excesso de
compartilhamento foi manifestada por seis em cada 10 entrevistados na edição
2012 da pesquisa Etiqueta Móvel, realizada em oito países, incluindo o Brasil.
Fica o alerta: 95% dos brasileiros declarou que gostaria que
as pessoas tivessem mais decoro no uso de seus dispositivos móveis em público.
O que mais irrita é o uso de dispositivos com o volume muito alto. Na minha
opinião, tem algo ainda pior: aquelas pessoas que veem vídeos ou escutam
músicas no ônibus sem fones de ouvido.
Há uma ânsia de se
mostrar uma pessoa antenada com as novas tecnologias. Prova disso são os cinco
lugares em que, de acordo com o estudo, os brasileiros mais compartilham
informações online: férias, eventos esportivos, no meio de refeições com outras
pessoas, hospital e quando estão no banheiro. Daí para os deslizes é um passo.
Não é à toa que sites como o www.weknowwhatyouredoing.com (que chama a atenção
para quem divulga informações comprometedoras no Facebook) se esbaldam.
*Texto da coluna
Tecnologia na Cabeça desta semana na ZH impressa
Ah, para quem se vira
no inglês, vale a pena dar um conferida em www.mobileetiquette.com, que
apresenta vários gráficos com resultados da edição 2012 da pesquisa da Intel
sobre etiqueta móvel.
(FONTE: Blog da Vanessa Nunes -
wp.clicrbs.com.br/vanessanunes/- )
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