Aplicativos
como o Snapchat são usados pelos jovens para compartilhar selfies e outros
conteúdos
Os
ambientes digitais são espaços de convivência para os jovens e, por isso, parte
dos relacionamentos deles – por mais que a gente, adulto, ache que eles se
expõem demais no mundo virtual. Dados de uma pesquisa realizada pela ong
Safernet com crianças e adolescentes de 9 a 17 anos comprovam essa afirmação: o
estudo mostrou que 59% divulga fotos nas redes sociais e 32% se sente mais
livre quando anônimo na Internet. Os números explicam a popularidade de
aplicativos de troca de informações, nem sempre usados pela garotada da maneira
mais adequada. O primeiro passo para orientar os estudantes é manter-se bem
informado e conhecer as ferramentas mais utilizadas. O que, afinal, eles estão
usando para compartilhar informações?
Um
dos apps mais polêmicos do momento é o Secret, que foi
lançado em janeiro e, desde então, vem bombando nas redes sociais. Ele permite
dividir frases e fotos sem se identificar. Graças ao anonimato, os usuários se
sentem à vontade para partilhar confidências e imagens íntimas. É possível
comentar os conteúdos de outros usuários, também anonimamente. Os itens mais
curtidos ficam em evidência. Tudo pode ser publicado no Twitter, no Facebook e
enviado por e-mail ou SMS – nesse caso, quem divulga é identificado. Como em
outras redes sociais de compartilhamento de dados, dá para seguir postagens de
todo o mundo. Em vez de mostrar quem escreveu o texto ou publicou a foto,
aparece o país ou o estado dos Estados Unidos em que a pessoa está. Outra
função permite criar comunidades, de uma escola ou de um grupo pequeno de
amigos, por exemplo. Um verdadeiro perigo, se for usado de maneira
irresponsável, já que pode aumentar as possiblidades de cyberbullying. Outros
aplicativos, como Whisper e o PostSecret, têm
funcionalidades semelhantes.
Outro
programa queridinho dos jovens é o Snapchat. Pergunte
para eles quais os mais usados por eles e certamente este aqui será
lembrado nas respostas. Trata-se de um aplicativo que envia fotos que duram
apenas alguns segundos. Por conta disso, ele é usado principalmente para
publicar conteúdos íntimos. E aí é que está o problema. Embora as imagens
desapareçam rapidamente, o que dá uma certa sensação de segurança, elas podem
ser copiadas, com print screen, e, em seguida, compartilhadas por outras
pessoas. Além disso, podem ser vazadas por hackers. Foi o que aconteceu em
outubro deste ano, quando mais de 200 mil fotografias enviadas pelo app foram
divulgadas. Em sua última atualização, ele ganhou novas funções, como a
possibilidade de conversar com amigos por texto e vídeo em tempo real — como já
ocorre em outros mensageiros instantâneos. Os jovens que usam o serviço foram à
loucura com a novidade, aderindo maciçamente a elas. E os professores também. A
norte-americana Tracie Schroeder desabafou em sua conta no Twitter: “Em 16 anos
lecionando, eu não posso pensar em nada que tenha atrapalhado mais a sala de
aula do que a atualização do Snapchat!”.
Mais
conhecidos pelos adultos, o WhatsApp e o Instagram
também permitem compartilhar dados e/ou imagens e podem gerar tantos problemas
como os demais, pois os dados disponíveis nessas redes podem ser reproduzidos e
utilizados em outros contextos.
Agora
que você já conhece os aplicativos de maior sucesso entre os estudantes,
iniciar uma conversa é o primeiro passo para ajudá-los a refletir sobre o que
conteúdos, deles próprios ou de outros colegas, podem
ser compartilhados. “É verdadeiro? É útil? É necessário? Pode fazer mal a
alguém?” são perguntas que vem a calhar na hora de ensiná-los sobre o que
divulgar no mundo virtual. Assim, eles pensam sobre os desdobramentos de suas
ações e passam a usar os aplicativos de forma mais responsável.
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