Muitas vezes, com a pulverização da mídia, os alunos vêm para a escola com interesses alienados. Há um desafio grande. Quando a gente está insistindo no (a) professor (a) como sujeito, na verdade a gente está pensando no aluno. É importante o (a) professor (a) assumir sua condição de sujeito para que o aluno também assuma a sua condição de sujeito.
Não dá aqui para deixar de falar no Paulo Freire. A primeira grande obra dele: "Educação como prática da liberdade", onde na primeira página ele diz claramente: "é preciso fazer uma opção, a gente quer a sociedade do ontem, do autoritarismo, da dominação, ou a gente quer a sociedade do amanhã, da libertação, da participação, da emancipação humana?" Por isto a gente precisa de um (a) professor (a) muito bem informado (a). E isto abre um campo para que os alunos possam exercer a sua autonomia com dignidade. O que a gente está vislumbrando mais é o aluno assumindo também o seu papel de protagonista da educação.
Uma tarefa importante para os jovens é fazer uma leitura crítica dos meios de comunicação. A mídia está fazendo o papel de vender. A escola tem que fazer o papel dela, de motivar os alunos, possibilitar o envolvimento do aluno no processo de educação. A mídia diz assim: "O nosso papel não é educar, é informar". Só que qualquer campanha que lançam, de qualquer produto, não estão lançando simplesmente uma informação. Eles usam muita psicologia, psicanálise, porque querem formar concepções, gerar necessidades. O argumento cabal em relação a isso é: se de fato a mídia não influenciasse, por que os empresários gastariam milhões com a mídia? Eles não gostam de jogar dinheiro fora. A escola deveria assumir o papel de fazer uma leitura crítica sobre a mídia.
(Celso Vasconcelos, Jornal Mundo Jovem Outubro/2005)
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