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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Como podemos selecionar um filme para utilizar em aula?

O primeiro passo consiste em manter-se informado acerca dos lançamentos que estão sendo disponibilizados nos cinemas e em vídeo (ou DVD); com o auxílio prestimoso dos jornais e de revistas, através de sites sobre cinema e cultura ou mesmo contando com o apoio de um dos mais eficientes modos de informar-se que existe ainda nos dias de hoje, a divulgação de um produto cultural "boca a boca", a partir de comentários de amigos, vizinhos, parentes ou colegas de trabalho, podemos nos manter atualizados.

Mas, como posso ter certeza de que um filme pode ser útil a uma aula?

O mais importante dos pré-requisitos é que o tema da aula seja bem conhecido por você.

O professor deve ter em mente cada passo da aula, os tópicos que estarão sendo discutidos, os temas complementares que irão auxiliá-lo na explicação, quais outros recursos (além do filme ou filmes que pretenda utilizar) poderão implementar o trabalho, que estratégias devem ser usadas para dinamizar o rendimento, com que ações individuais (refiro-me a postura a ser adotada) o professor deve contar para fazer com que os alunos se interessem pelo assunto, além dos melhores textos que possam ser oferecidos para discutir o assunto da aula.

Fico imaginando o que alguns de vocês, que procuraram o Planeta Educação com o intuito de encontrar material de apoio e novas técnicas ou recursos para suas aulas, devem estar pensando nesse momento. Consigo mesmo antever observações como:

"Quero aproveitar as dicas de uso do vídeo e de filmes e o articulista fica cobrando planejamento e estudo como pré-requisitos para a montagem das aulas! Já não basta a coordenação ou a direção da escola, que fazem (ou deveriam fazer) isso todos os dias?"




Tirando vírus do Pendrive.

A alfabetização digital tem que ver com ideias, não com teclas...

David Bowden (City University London) publicou há já algumas primaveras um extraordinário trabalho sobre "digital literacy".
'A alfabetização digital tem que ver com o domínio das ideias, não das teclas'
Esta frase de Gister (1997) resume estupendamente este trabalho. Em definitivo, creio que a mensagem central desta análise é que o conceito de alfabetização deve:
- Compreender-se desde uma perspectiva mais ampla e complexa.
- Não se limitar ao uso de uma tecnologia em particular.
- A ligação de significados e a componente contextual jogam um papel estratégico.
A análise revê uma série de alfabetizações e nomenclaturas. É uma série de alfabetização(ões) com apelido. Alfabetização Informacional, Alfabetização Tecnológica, Alfabetização Digital, Alfabetização em Rede, Alfabetização Bibliotecnológica/Livraria, Alfabetização Mediática ('mediacy'), entre outras. Sem dúvida, o importante é que dê conta da necessidade de desenvolver competências orientadas para a construção de conhecimento; a pesquisa em informação; a navegação por hipertexto; e a capacidade de avaliar conteúdos.
Parece-me que o que os postulados da partilha somam, especialmente em relação à capacidade de partilhar informação e conhecimentos, é um aspecto imprescindível. Não é má ideia fazer-se a pergunta: Quando alguém partilha tudo o que sabe, aprende, estuda, escuta e pensa? Como e de onde?
Gostávamos que estas fossem algumas das destrezas que estimulassem os contextos de aprendizagem, tanto formais como informais. Todas elas, para deixar de entender que o desenvolvimento de competências informacionais NÃO está limitado ao uso de dispositivos tecnológicos (ou de teclas, como diria Gister).
'O que se exige não é um novo programa de estudos, mas sim, uma reestruturação do processo de aprendizagem... baseado nas fontes de informação disponíveis para que as pessoas o utilizem já de forma permanente na aprendizagem e na resolução de problemas".
O texto de Bawden é uma mini-enciclopédia de conceitos satélites à volta das alfabetizações. Aqui fazemos uma breve nuvem de tags (como a que criamos para e-competências) mas especificamente centrada nas destrezas relacionadas com a alfabetização informacional:
* Aceder, avaliar e utilizar a informação;
* Reconhecer a necessidade de informação;
* Identificar a informação necessária para responder a cada problema particular;
* Encontrar a informação que se necessita;
* Avaliar a informação encontrada;
* Organização da informação;
* Uso eficaz da informação para resolver o problema específico;
* Formular perguntas baseadas nessa necessidade de informação;
* Identificar as fontes potenciais de informação;
* Desenvolver estratégias de pesquisa com êxito;
* E, uma das mais difíceis na era da infoxicação (em vez de discriminar) é integrar a informação nova numa área de conhecimento ou contexto específico.
Graças à ciência e à tecnologia, o acesso a todo o conhecimento factual aumenta de forma exponencial enquanto que o seu preço decresce. Está destinado a ser global e democrático. Rapidamente estará acessível em qualquer sítio, em qualquer televisão ou ecrã de computador. Então a resposta é clara: sínteses. Estamo-nos a afogar em informação, embora estejamos sedentos de saber. De agora em diante o mundo será governado por 'especialistas em sintetizar', gente capaz de reunir a informação adequada no momento adequado, opinar criticamente sobre ela, e tomar decisões importantes e inteligentes'. (Wilson, 1998A, p300).

(FONTE: http://jfborges.wordpress.com)